Desemprego na Covid supera o pior da mais longa recessão

*ARQUIVO* SÃO PAULO, SP, 26.03.2019 - Fila em feirão do emprego no centro de São Paulo. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

Desocupação de 13,5% em 2020 bate o recorde estabelecido na crise de 2014-2016

Por Diego Garcia e Eduardo Cucolo da Folha de SP

RIO DE JANEIRO

O Brasil encerrou 2020 com a pior média de desemprego da história. Ainda viu outros indicadores baterem recordes negativos, como o desalento, a população ocupada e os subutilizados. Os dados do emprego no país superam até os anos isolados da mais longa recessão econômica, que durou entre 2014-16.

Segundo dados do IBGE, o desemprego médio atingiu 13,4 milhões de pessoas em 2020, ano do início da pandemia da Covid-19. A taxa de desocupação ficou em 13,5%. O percentual é o maior em toda a série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), iniciada em 2012.

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O número é até superior ao do pior momento do trabalho no Brasil até então, em 2017, que pegou reflexos da recessão dos anos anteriores. Naquele ano, a taxa de desocupação havia sido recorde, de 12,7%, com 13,1 milhões de brasileiros em média desempregados.

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Dados do Caged mostraram que a geração líquida (contratações menos demissões) de 142.690 empregos com carteira assinada no ano passado não foi suficiente para repor aqueles perdidos durante a pandemia. O ano terminou positivo por influência das 342 mil vagas criadas nos dois primeiros meses do ano.

Já a Pnad, que calcula também dados de trabalhos informais, sem carteira e por conta própria, aponta uma deterioração que atingiu o emprego mais de 51 milhões de brasileiros durante a pandemia.

No total, além dos 13,4 milhões de desempregados —o IBGE só considera assim quem busca ocupação—, o país teve mais 5,5 milhões de desalentados —que desistiram de procurar emprego por não encontrar— e 31,2 milhões de subutilizados —pessoas trabalhando menos do que gostariam.

Todos os dados são recordes negativos e, somados, representam um aumento de mais de 5 milhões na comparação com 2019. Isso ainda contando que os dados são médias anuais, ou seja, englobam janeiro e fevereiro do ano passado, ainda sem pandemia, e metade de março, que recebeu a crise sanitária em meio à segunda metade do mês.

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