Representantes de governos, de organismos internacionais, do setor privado e da sociedade civil participaram dos debates do segundo dia da quarta reunião do Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre o Desenvolvimento Sustentável, que é realizado de forma virtual.
Os participantes dos debates do segundo dia da quarta reunião do Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre o Desenvolvimento Sustentável, que está sendo realizado de forma virtual sob a Presidência da Costa Rica, propuseram a necessidade de fechar as atuais assimetrias financeiras, climáticas e sanitárias presentes no mundo, garantir o financiamento para o desenvolvimento e criar bens públicos globais – entre eles uma vacinação equitativa contra a COVID-19 – para avançar em direção a uma recuperação transformadora em linha com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Durante a Mesa 1: Saúde e economia, um falso dilema? foi destacado o fato de que “sem saúde não há economia nem sociedade possível” e que o bem-estar da população é pré-requisito para uma recuperação sustentável da América Latina e do Caribe. Enfatizou-se também, a urgência de contar com instituições sólidas para enfrentar a atual pandemia, fortalecer a capacidade dos Estados de prever novas crises, garantir a participação de todos os atores, entre eles, da sociedade civil, e fomentar a transparência e a prestação de contas por parte das instituições públicas.
A Mesa 2: Crise, recuperação e transformação na década de ação para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, entretanto, contou com a participação de Cristina Gallach Figueras, Secretária de Estado das Relações Exteriores e da Ibero-América e do Caribe, da Espanha; Camillo Gonsalves, Ministro de Finanças, Planejamento Econômico, Desenvolvimento Sustentável e Tecnologia da Informação de São Vicente e as Granadinas e Presidente do Comitê de Desenvolvimento e Cooperação do Caribe (CDCC); e André Lara Resende, Pesquisador Principal Associado da Escola de Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade de Columbia.
Em seu discurso de encerramento, Alicia Bárcena alertou para os vários riscos que os países da região enfrentam em seu caminho para um futuro diferente, entres eles, a reprimarização das economias e a ineficiência da insustentabilidade ambiental e da desigualdade. “O atual modelo de desenvolvimento está ancorado em uma estrutura e nossas sociedades não estão criando riqueza, mas extraindo”, explicou, citando a economista Mariana Mazzucato. “Temos que gerar valor. Existe aí uma fonte de desigualdade muito grande”, afirmou.