Montadoras terão batalha dura por lítio até 2030

Por Harry Dempsey, Financial Times

As montadoras terão pela frente uma batalha durante o restante da década para assegurar o lítio necessário para ajudar a alimentar a revolução dos veículos elétricos, uma vez que a demanda ameaça superar a oferta, segundo alerta de um dos maiores produtores do metal.

As baterias de veículos elétricos precisam de lítio, o que coloca a matéria-prima no cerne da competição mundial que tem confrontado as maiores montadoras do mundo entre si e atraído a atenção dos governos nacionais, enquanto todos correm para expandir e garantir seu fornecimento.

Neste ano, fabricantes de automóveis como Stellantis e BMW têm investido em startups de lítio, colocando em evidência a pressão enfrentada pela indústria à medida que o mundo adere cada vez mais aos veículos elétricos. Na semana passada, a General Motors anunciou que pagaria US$ 200 milhões adiantados à Livent, outra produtora do metal, para garantir o suprimento da matéria-prima.

Kent Masters, executivo-chefe da Albemarle, maior produtora de lítio de capital aberto, disse que a oferta disponível no mercado permanecerá estreita, apesar dos esforços para explorar volumes maiores do metal.

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Alguns bancos e firmas de análise de mercado, no entanto, estão menos otimistas quanto à perspectiva dos preços do lítio, com analistas do Goldman Sachs observando que avanços tecnológicos poderiam resultar em uma maior oferta dentro de poucos anos.

O lítio, material-chave para as baterias elétricas ao lado do níquel e cobalto, pode ser extraído da salmoura, de rochas duras e da argila. Uma tecnologia na qual alguns estão apostando é a extração direta de lítio, técnica que remove o metal da salmoura sem depender da evaporação.

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Os projetos de mineração de lítio normalmente levam entre 6 e 19 anos, desde o estudo de viabilidade inicial até a produção real, o período mais longo entre todos os processos tecnológicos envolvidos nas baterias elétricas, de acordo com um relatório de julho da Agência Internacional de Energia (AIE).

O mundo precisa de mais 60 minas de lítio até 2030 para atender a todos os planos de redução das emissões de carbono e de produção de veículos elétricos feitos pelos governos nacionais, de acordo com a AIE.

A falta de semicondutores tem sido o principal fator limitante das montadoras nos últimos 18 meses, mas à medida que elas ampliam suas ambições no mercado de veículos elétricos, garantir o fornecimento lítio vem se tornando uma preocupação cada vez maior.

“Há um sério desafio quanto à disponibilidade de lítio”, disse Chris Berry, fundador da House Mountain Partners, uma firma de consultoria de metais para baterias. “Esse número de US$ 70 mil [por tonelada] é incômodo.”

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