A estimativa de crescimento do PIB brasileiro foi revisada de 2,10% para 1,61% em 2023 e de 2,50% para 2,34% em 2024. Para 2025, a estimativa subiu de 2,50% para 2,76%.
A redução de 0,49 p.p. no PIB em 2023 levou em consideração os indicadores econômicos divulgados desde a última grade, que seguiram mostrando arrefecimento na margem, e os efeitos defasados mais intensos da política monetária sobre a atividade e mercado de crédito do que o anteriormente projetado. As perspectivas de liquidez reduzida nos EUA e em outras economias também colaboraram para a revisão da projeção anterior.
No entanto, também existem vetores positivos para a atividade em 2023. Destacam-se as perspectivas de safra recorde de grãos e de recuperação da indústria extrativa mineral, refletindo o maior crescimento chinês.
No setor de serviços, medidas de proteção social, como a elevação real no valor do salário-mínimo, o aumento da faixa de isenção do imposto de renda e os novos programas Bolsa Família e Desenrola devem contribuir para minimizar o arrefecimento esperado. Vale notar ainda a extensão dos prazos de carência e de contratação do PEAC-FGI e Pronampe, que podem amenizar o impacto da liquidez reduzida nas micro, pequenas e médias Empresas. Para a indústria de construção, novo impulso deve vir com a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida.
Para o IPCA, a previsão para 2023 passou de 4,60% para 5,31%. A revisão foi motivada pelo aumento na projeção de preços monitorados, apenas parcialmente contrabalanceada pela desaceleração esperada na inflação de alimentação no domicílio e de bens industriais.
Para 2024, a projeção foi alterada para 3,52%, de 3,00% no Boletim anterior. A partir de 2025, espera-se convergência do IPCA para a meta de 3,00%. Em relação ao INPC, a projeção para 2023 passou de 4,90% para 5,16%.