Repensando o mundo do trabalho

Por Sabina Dewan e Ekkehard Ernst

No último artigo publicado pelo FMI, os autores avaliam como a pandemia acelerou as transformações no mercado de trabalho que já estavam acontecendo, dada a falta de resposta de política economia à precarização do emprego e insegurança econômica, produto das mudanças demográficas e da transformação tecnológica.

O saber popular diz que uma proporção maior (e crescente) de jovens adultos pode configurar um “bônus demográfico”, isto é, vantagens econômicas de ter uma proporção maior de pessoas economicamente produtiva (trabalhadores) em relação à parcela não produtiva (dependentes e aposentados). Entretanto, o bônus é tal sempre e quando sejam gerados empregos produtivos de qualidade, caso contrário a massa de jovens adultos pode ficar desempregada, informal ou se tornar a mão de obra das empresas que não pagam impostas e nem são supervisionadas pelo Estado. Esta situação exerce pressão sobre os salários e as condições laborais e, em consequência, sobre o crescimento econômico.

Depois de avaliar os caminhos da automatização, as principais transformações no mercado laboral e os impactos nas economias em desenvolvimento, os autores propõem algumas possíveis soluções, entre elas:

– investimentos em áreas intensivas em mão de obra, como infraestrutura,

– evitar a noção de que “qualquer emprego é melhor que não ter emprego”, que tem levado a sucessivas rodadas de flexibilização laboral. Salários mínimos, segurança social e politicas ativas no mercado laboral melhoram a produtividade e favorecem o consumo agregado, principalmente em tempos de crise.

– maior regulação das empresas de tecnologia, tanto na fiscalização dos dados e sua transparência quanto nas contribuições e impostos a serem cobrados, para evitar a concentração, sonegação e planejar um programa integral de segurança social.

– maiores investimentos em educação que permitam acompanhar os novos avanços tecnológicos.

Leia a íntegra aqui